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A Presença Portuguesa no Estado dos Mwenemutapas (1505-1693)

Índice
Introdução. 1
A Presença Portuguesa no Estado dos Mwenemutapas (1505-1693) 2
As lutas entre portugueses e árabes. 2
1. Os acordos de 1607 e 1629: suas repercussões. 3
2. O Tratado de 1607 e suas repercussões. 4
3. O Tratado de 1629 e suas repercussões. 5
Conclusão. 6
Bibliografia. 7

A Presença Portuguesa no Estado dos Mwenemutapas (1505-1693)
Quando os Portugueses chegaram a Moçambique, em 1498, ficaram desde logo fascinados pela riqueza em ouro de um reino que havia no interior do território, o império Mwenemutapa. Contudo, só em 1505 é que os Portugueses se instalaram no nosso território. A presença dos Portugueses no Estado do Mwenemutapa foi marcada par lutas constantes com os Árabes que já cá estavam instalados e, também, por períodos de acordo e desacordo com os monarcas Mwenemutapas.


A entrada dos Portugueses no Indico foi desastrosa para os Árabes. Os principais intermediários comerciais dos grandes impérios do Índico eram os Árabes. Quando os portugueses chegaram não só passaram a servir de intermediários comerciais, corno ocuparam e dominaram alguns pontos de produção. Foi o caso de Moçambique. No início, os portugueses pareciam só queriam comprar ouro e marfim, mas depois percebeu-se que a sua vontade era alcançar as minas e dominar o território.

As Lutas Entre Portugueses e Árabes
As lutas entre portugueses e árabes, em território moçambicano, eram de teor económico, mas também religioso e político. Os portugueses chegaram a Moçambique com o intuito de dominar os povos, as suas produções e a sua religião.

A presença portuguesa data de 1498, quando Vasco de Gama chegou a Inhambane e mais tarde a Ilha de Moçambique. Mas só em 1505 é fundada a primeira feitoria portuguesa por Pêro de Nhaia e mais tarde a feitoria da Ilha de Moçambique, em 1507. 
Com o estabelecimento da feitoria de Sofala, os portugueses esperavam controlar todas as vias de escoamento de ouro que vinha do interior a costa e, em menor escala, de marfim, onde Sofala era o seu local final.
Entretanto, ate 1530, Os comerciantes portugueses sofreram a oposição e a concorrência feita pelos mercadores suaíli. Estes, percebendo que os portugueses eram uma ameaça ao seu comércio, transformaram Angoche no centro de escoamento de ouro, uma estratégia para fugir da presença portuguesa na rota de ouro que ia dar a Sofala.
Contudo, os portugueses responderam e nesse mesmo ano fundam as feitorias do interior em Tete e Sena. Em 1544, fundaram a feitoria de Quelimane. Esta acção visava não só controlar as vias de escoamento do ouro, mas também ter acesso as zonas produtoras.

Mas não foram só os mercadores suaíli-árabes que dificultaram o comércio português. Os portugueses arranjaram inimigos também entre os outros intermediários do comércio do ouro. Como o desejo dos portugueses era chegar as minas do Mwenemutapa, ao local onde se extra ía o ouro, precisavam eliminar todos os intermediários. Mas estes, sentindo-se ameaçados, bloqueavam a passagem de mercadorias da costa (tecidos e missangas) para o interior. Foi o caso de certas dinastias Karanga-shona. Por exemplo, o soberano Inhamunda, do Estado de Quiteve, em aliança com Changamire Dombo do Estado de Butua, criou sempre dificuldades no contacto entre os portugueses e o Mwenemutapa.

1. Os acordos de 1607 e 1629: Suas Repercussões
A primeira comunidade portuguesa permanente surgiu a partir de 1541, próximo da capital do Mwenemutapa. Na fase inicial a coexistência era pacífica. O período de boas relações durou ate o assassinato do padre Gonçalo de Silveira, em 1561, dando inicio ao primeiro conflito entre Portugal e o Mwenemutapa.

Seguiram-se anos de conflitualidade que se traduziram em confrontos armados com o envio de expedições militares portuguesas:
  • A primeira em 1571, que velo a fracassar, composta por Francisco Barreto, Vasco Fernandes Homem e Lourenço Carvaiho; 
  • A segunda tentou atingir a região da capital do império através de Sofala, Manica e Teve, mas também não logrou.
De modo a não comprometerem a sua busca do ouro e a criarem formas de dependência ao Mwenemutapa, os portugueses estabeleceram feiras comerciais no planalto no interior das terras do Mwenemutapa, aproximadamente por volta de 1580: Masapa, Bukutu, Ruhanje, Manzovo, Dambarare, Chipiriviri. A feira mais importante foi Masapa, comandada pelo capitão das Portas, o mais importante intermediário nas relações comerciais entre os portugueses e o Mwenemutapa.

A dependência do Mwenemutapa aos portugueses cresceu na forma de novos tratados tais como o Tratado de 1607 e de 1629. No geral, estes documentos garantiam aos portugueses a livre circulação de homens e bens isentas de pagamento de qualquer tributo. 0 Mwenemutapa teve também de ceder terras ricas em melos de ouro ou em ouro fluvial. Esta acção traduziu-se na quase total alienação da produção aurífera.

2. O Tratado de 1607 e Suas Repercussões
A situação política começou a alterar-se a partir de 1590, com a morte do Mutapa Negomo e a sucessão de Gatsi Rusere. Este sO consegulu manter o seu poder graças ao auxílio dos portugueses com quem rubricou um acordo de assistência militar em 1607. Com este tratado, o Mwenemutapa comprometeu-se a ceder todas as suas minas de ouro, de cobre, de ferro, de chumbo e do estanho aos portugueses.
Contudo, a concretização deste tratado fez com que a produção mineira passasse para as mãos de Portugal. Há quem diga que este foi um acto de traição da soberania dos Mwenemutapas e de venda aos portugueses. Certo é que, depois da assinatura deste tratado, o império dos Mwenemutapas entrou em decadência.

Em 1624, quando Gatsi Rusere morreu, rebentou uma nova guerra civil no interior do Estado. Numa guerra pela sucessão ao trono entre os filhos Kaparasidze (1624-1629), que tentou impor de novo a autoridade sobre os Portugueses, e Mavura (1629-1 652), este aliou-se aos Portugueses vencendo, em Maio de 1629, o seu irmão Kaparasidze. Mais tarde, numa tentativa de recuperar o poder, Kapar asidze levou a cabo uma rebelião contra Mavura, de que saiu derrotado.

3. O Tratado de 1629 e Suas Repercussões 
A luta pela hegemonia comercial só terminaria aparentemente em 1629, altura em que é rubricado o Tratado de 1629.
Em 1629, Mavura pediu apoio militar aos portugueses para lutar contra o seu sobrinho Kapararidze. Mavura aliou-se aos portugueses depois de derrotar Kapararidze. Os portugueses com este acordo obtiveram:
  • A vassalagem do rei;
  • A alienação das minas de ouro e de prata em seu favor;
  • A livre circulação, sem pagamento de tributos, dos mercadores portugueses nas terras do Mutapa;
  • A garantia da expulsão dos mercadores árabes-suaílis do território Mutapa;
  • A autorização para os missionários dominicanos pregarem a sua religião;
  • A superação do imposto da curva que os portugueses eram obrigados a pagar aos chefes Mutapas.
De salientar que o estabelecimento deste acordo teve repercussões graves. O comércio com os Árabes terminou. Aumentou muito o número de comerciantes e de aventureiros portugueses nas terras do império do Mutapa. A exploração dos recursos naturais do território aumentou bastante. Isso foi visível na extracção mineira, mas também na procura de marfim. A penetração mercantil portuguesa fez com que se operassem mudanças na estrutura social. As populações campesinas que dantes se dedicavam ao trabalho agrícola agora eram desviadas para o trabalho mineiro. Isto fez com que os campos ficassem por cultivar, tivessem de importar mais víveres e cereais e também que morressem mais pessoas no trabalho mineiro. 
Este acordo veio, por fim, abrir a porta a formação de novas unidades políticas, fundadas por mercadores portugueses estabelecidos como proprietários de terras, os prazos.


Bibliografia 

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