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A Luta Anticolonial em Moçambique e a Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas (UDENAMO, UNAMI e MANU)

TEMA: A Luta Anticolonial em Moçambique e a Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas (UDENAMO, UNAMI e MANU)


Introdução 
O presente trabalho visa abordar sobre a Luta Anticolonial e a Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas (UDENAMO, UNAMI e MANU). Quando a 25 de Maio de 1962, a MANU, inicialmente denominada (Maconde African National Union), posteriormente (Mozambique African National Union) e a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), na presença de Eduardo Mondlane, se reúnem, na Tanzânia, com o objectivo de discutirem e adoptarem o protocolo de unificação dos Movimentos Nacionalistas Moçambicanos, ao qual, mais tarde, aderiu à UNAMI (União Nacional Africana de Moçambique Independente), traçava-se o caminho pelo qual os moçambicanos seguiriam até a liberdade.

Índice
Introdução. 1
A Luta Anticolonial 2
A Resistência No Campo. 2
A Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas: 3
Convenção do Povo de Moçambique; 3
Uniao Democratica Nacional de Moçambique (UDENAMO); 3
União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI); 3
União Africana Nacional de Moçambique (MANU) 3
Conclusão. 5
Bibliografia. 6
A Luta Anticolonial 
Se nas cidades surgiam movimentos de contestação, também no campo as populações se revoltavam contra o sistema colonial. A contestação e resistência acabaram por levar à formação das primeiras formações políticas moçambicanas, a UDENAMO, UNAMI E MANU. 

A Resistência No Campo
No planalto de Mueda desenvolveu-se um movimento rural que conseguiu aproveitar temporariamente o sistema económico colo nial e as circunstâncias específicas locais. De que forma? Os macondes do Norte de Moçambique criaram sociedades algodoeiras.
A organização, criada por um grupo misto de camponeses, comerciantes e professores de Mueda, tem sido considerada como representativa dos esforços nacionalistas. Embora dedicada a desafiar a ordem prevalecente, a organização foi também uma instituição que procurou integrar-se na economia colonial, conferindo aos seus promotores a possibilidade de um melhor negócio com as autoridades portuguesas e com as empresas de comercialização do algodão. Constituiu um esforço organizativo para afastar o bloqueio imposto pelo Estado Colonial à expansão económica desse grupo de macondes ricos.
Adam Yussuf, Boletim do Arquivo Histórico de Moçambique, n.° 14, p. 20 
Neste contexto, em 1957, surgiu em Cabo Delgado a Sociedade Algodoeira Africana Voluntária de Moçambique (SAAVM), dirigida por Lázaro Kavandame (presidente), João Namimba (vice-presidente), Cornélio João Mandanda e Raimundo Pachinuapa (secreta rios). Inicialmente constituída por 12 membros, no decorrer do tempo este número foi-se alargando, tornando-se uma potencial ameaça política, uma base para possíveis contestações ao regime. É preciso destacar que a SAAVM foi a primeira forma organizada de tipo unitário no planalto de Mueda, o primeiro centro de discussão e de difusão da ideia de independência no meio camponês, situação que vai favorecer mais tarde a actuação da FRELIMO.
O ponto alto da resistência no campo deu-se no quarto encontro entre o presidente da SAAVM e o governador da província de Cabo Delgado. No dia 16 de Junho de 1960, o governador avisou os membros da SAAVM que, dado ter havido várias reclamações em relação à sua existência, decidira prender os porta-vozes da MANU (que apoiavam a independência da província), Faustino Vanomba e Kibiriti Diwane. Esse foi o mote da revolta que se seguiu. Ao verem os seus compatriotas algemados e serem levados para a cadeia, os moçambicanos tentaram impedir o arranque do carro. Mas as tropas portuguesas abriram fogo. E aconteceu assim o massacre de Mueda em 1960. Este massacre mudou para sempre e de forma irreversível a forma de os moçambicanos verem os portugueses. A partir daqui, tudo mudou, no campo e na cidade. Para além da criação de mecanismos fiscais e económicos de protecção, a comunidade rural protestava de outras formas, tais como: cozendo sementes; diminuindo o ritmo de produção; fugindo para os países vizinhos.
A Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas:
- Convenção do Povo de Moçambique;
- União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO);
- União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI);
- União Africana Nacional de Moçambique (MANU).
Por volta de 1960 havia três organizações nacionalistas que, com meios pacíficos, tentavam obter a independência. Elas tinham como militantes-base os imigrantes moçambicanos nos países vizinhos e operavam, por isso, sob um perfil regional e clandestino quando se deslocavam a Moçambique.
Nos finais da década 50 é constituída na África do Sul a Conven ção do Povo de Moçambique. São poucas as informações existentes em relação à actividade desta organização. Sabe-se somente que os seus líderes foram Tomás Nhantumbo, de Madender, Dr. Agostinho Ilunga (representava o partido na Suazilândia) e Dinis Menjane, de Manjacaze e residente em Durban.
Os nacionalistas do Sul e Centro de Moçambique formaram, na Rodésia, a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique)1 A UNAMI (União Nacional Africana de Moçambique Independente) tinha o seu apoio principal entre os moçambicanos das províncias de Tete, Zambézia, mas operavam através do Malawi. Os imigrantes, especialmente da província nortenha de Cabo Delgado, formaram a MANU (Mozam bique African National Union). Na MANU existia também o núcleo dos camponeses que tinham tentado criar as suas próprias formas para a produção de algodão (SAAVM).
Desde a década de 50, a situação no Norte de Moçambique tinha-se tornado fonte de grande preocupação para a administração colonial portuguesa devido a vários factores:
  • O movimento dos Mau-Mau no Quénia contagiava as consciências dos moçambicanos na diáspora;
  • As acções conducentes à independência da Tanzânia levaram a que muitos moçambicanos que lá residiam ansiassem pela independência;
  • A administração colonial não era muito forte no Norte de Moçambique (era sobretudo feita por funcionários públicos e serviços residuais e o grosso do colonialismo português estava implantando no Centro e sobretudo no Sul de Moçambique);
  • Os macua nos tinham imensa capacidade de luta;
  • Havia uma enorme insatisfação das populações rurais que, para além de terem de cultivar a monocultura, começaram a ter de pagar a água.
Quando a MANU apareceu nós [Cesário Tomás Pinda e Ali Namenda] confiámos nela porque era um movimento que vinha para nos libertar, mas no decorrer do processo verificámos que não havia Indivíduos ca pazes de dirigir o movimento. Os elementos que existiam eram ladrões por que enganavam as populações e comiam o dinheiro, tal como descobrimos depois. A preocupação desses líderes era roubar o dinheiro das pessoas. O massacre de Mueda não teria ocorrido se os líderes tivessem tido a calma necessária.
Depoimento de CesárioTomás Pinda e Ali Namenda, ¡nAdamYussuf, Boletim do Arquivo Histórico de Moçambique, n.° 14, p. 27 
Ainda que imperfeito, o surgimento destas organizações significou um passo em frente na construção de um movimento nacionalista. Elas colocavam como objectivos a luta anticolonial e pela independência, ao invés de simples ajuda entre grupos. As suas actividades estavam influenciadas pelo clima político dos territórios que os albergavam, as colónias britânicas. Entretanto, mostrou-se impossível criar um diálogo com Portugal e o sistema das Nações Unidas não oferecia quaisquer caminhos possíveis.

Conclusão
Terminada a abordagem pôde concluir-se que a União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO) jogou um papel decisivo na fundação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) a 25 de Junho de 1962, de tal ordem que os seus estatutos constituem a base sobre a qual assenta toda a filosofia política do partido no poder, com as devidas adaptações.
Esta organização, foi fundada em 1962 através da fusão de 3 movimentos constituído no exilo, nomeadamente, a UDENAMO (União Nacional Democrática de Moçambique), MANU (Mozambique African National Union) e a UNAMI (União Nacional de Moçambique Independente).
Dirigida por Eduardo Chivambo Mondlane, a FRELIMO iniciou com a luta de libertação Nacional a 25 de Setembro de 1964 no posto administrativo de Chai na província de Cabo Delgado. O primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane, acabaria por morrer assassinado a 3 de Fevereiro de 1969.

Bibliografia
  • BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique, Lda., Maputo, 2010
  • NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013
  • Pereira, Luís José Barbosa, Pré-Universitário 12, 1ª ed., Longman Moçambique Lda., Maputo 2010
  • www.escolademoz.com

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A Luta Anticolonial em Moçambique e a Formação Das Primeiras Organizações Nacionalistas (UDENAMO, UNAMI e MANU)

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