Exemplos de resistências africanas
A dominação europeia efectiva provocou a revolta dos povos africanos, que nos começos do século XX iniciaram acesas resistências em quase todo o continente. Assim aconteceu, por exemplo, com as revoltas no Sudoeste Africano, a revolta de Báruè em Moçambique, dos Shona, Zulu, Pedi e Venda na África do Sul, dos Estados islamizados da costa de Moçambique, dos Heha na Tanzania, ou dos Nandi no Quénia, entre outras.
Estes movimentos de resistência à ocupação europeia surgiram em resposta, não só ä exploração económica, mas também ao domínio político e a pretensão de domínio cultural e social dos europeus. A maioria destes defendia a separação racial e acreditava na superioridade da raça branca e, assim, procuravam afirmar o seu domínio expandindo as religiões cristãs e transmitindo e impondo aos povos colonizados os valores da civilização ocidental.
Análise de algumas das revoltas no Sudoeste Africano (1904-1907).
As revoltas dos Herero e dos Nama
No território que é hoje a Namíbia deu-se, em 1896, uma epidemia que dizimou grande parte do gado dos povos Herero, provocando o seu enfraquecimento, factor que foi aproveitado para a penetração alemã.
Em 1904, liderados por Samuel Maherero, os Herero fizeram um levantamento contra a ocupação estrangeira, matando mais de 100 alemães e recuperando as suas terras. Derrotados, os Alemães pediram reforços e contra-atacaram, isolando os Herero na batalha de Waterberg.
Hendrick Witbooi foi um dos grandes chefes Nama que marcou a resistência a ocupação colonial. Opunha-se à assinatura de tratados de protecção. Morreu em combate, em Outubro de 1905. Com a morte de Witbooi, os Nama continuaram com a resistência, liderada por Jacob Murenga. Porém, Murenga seria morto em 1907 e, assim, os Alemães eliminaram o último foco da resistência no Sudoeste Africano, tomando o controlo do gado e das terras.