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Estudos Epidemiológico (Moçambique)

TEMA: Estudos Epidemiológico (Moçambique)


Introdução
Epidemiologia propõe-se a estudar quantitativamente a distribuição dos fenómenos de saúde/doença, e seus factores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. Neste caso, esse estudo é feito em Moçambique, com vista a compreender vários aspectos referentes à saúde em Moçambique.
Importa também referir que a epidemiologia, portanto, é um campo da ciência que trata dos vários factores genéticos, sociais ou ambientais e condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática, etc. que determinam a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos.

Estudos epidemiológico
Epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas e suas aplicações no controlo de problemas de saúde, a epidemiologia é a ciência básica da saúde pública e uma disciplina altamente quantitativa baseada em princípios de estatística e metodologia de pesquisa.
Os epidemiologistas estudam a distribuição de frequências e padrões de eventos de saúde dentro de grupos em uma população. Onde frequência será o número de eventos da doença na população e o padrão a ocorrência de eventos de saúde em relação ao tempo, lugar e características das pessoas. Para isto, usam epidemiologia descritiva que caracteriza eventos de saúde (o quê) em termos de tempo (quando), lugar (onde) e pessoa (quem).

Classificação dos estudos epidemiológicos
Estes podem ser:
  • Observacionais (Estudos descritivos e estudos analíticos);
  • Ecológico;
  • Transversal;
  • Caso-controle; 
  • Prospectivo;
  • Experimentais;
  • Estudos observacionais.
Os estudos observacionais permitem que se determine o seu curso mas o investigador mede, e não intervém. Esses estudos podem ser classificado em descritivos e analíticos. O estudo descritivo limita-se em descrever a ocorrência de uma doença em uma população ou a descrição do estado de saúde de uma comunidade a partir de dados rotineiramente colectados (dados secundários) ou colectados directamente através de questionários específicos sendo frequentemente, o primeiro passo de uma investigação epidemiológica.
Em muitos países, esse tipo de estudo é realizado por um centro nacional de estatísticas em saúde, os estudos puramente descritivos não tentam analisar possíveis associações entre exposições e efeito, usualmente são baseados em estatísticas e podem analisar a ocorrência de óbitos de acordo com a idade, sexo ou grupo étnico durante um período específico de tempo. O estudo descritivo tem como propósito descrever a distribuição de um evento na população, em termos quantitativos como:
  • Examinar a incidência e prevalência;
  • Examinar as condições relacionadas a saúde da comunidade segundo o tempo, lugar e responde a perguntas quando, onde, quem;
  • Identificar grupos em riscos;
  • Não há formação de grupo controlo;
  • Usa-se população só doentes, só sadios ou mistos.

Estudo analítico
Aborda com mais profundidade as relações entre o estado de saúde e as outras variáveis, ou seja são usado para examinar a existência de associação entre uma exposição (factor de risco) e uma doença ou condição relacionada à saúde.
Propósito do estudo analítico:
  • Testar hipóteses;
  • Presença de grupo-controlo;
  • Comparar resultados;
  • Investigar a relação exposição-doença, em função do ponto de partida da observação (causa - consequência).
Estudos ecológicos (ou de correlação)
Os estudos ecológicos (ou de correlação) são úteis para gerar hipóteses, as unidades de análise são grupos de pessoas ao não um indivíduo. Neste estudo não existem informações sobre a doença e exposição do indivíduo, mas do grupo populacional como um todo. Vantagens : possibilita examinar associações entre exposição e doença.

Estudos transversais (seccionais ou de prevalência)
Estudo epidemiológico que fornece um diagnóstico instantâneo da situação de saúde de uma população, com base na avaliação individual do estado de saúde de cada um dos membros da comunidade.
Os estudos transversais medem a prevalência da doença e por essa razão, são frequentemente chamados de estudos de prevalência, em um estudo transversal as medidas de exposição e efeito (doença) são realizadas ao mesmo tempo, razão pela qual não é fácil avaliar as associações encontradas nesses estudos. A questão-chave nesse tipo de delineamento é saber se a exposição precede ou é consequência do efeito.

Características
  • Diagnósticos comunitários da saúde local
  • Amostras representativas da população
  • Carácter aleatório
  • Mais empregado no campo da saúde colectiva
  • Identificação de novas doenças
  • Identificação de populações sob risco
  • Identificação de possíveis agentes causais de doenças
  • Identificação de factores ou comportamentos que aumentam ou diminuem o risco de uma doença

Vantagem do estudo transversal
  • Simplicidade e baixo custo
  • Rapidez: todos os dados colectados num único momento
  • Objectividade na colheita dos dados
  • Não há necessidade de seguimento dos participantes
  • Facilidade para obter amostra representativa da população
  • Único tipo de estudo possível de realizar, em numerosas ocasiões, para obter informação relevante, em limitações de tempo e de recursos.

Limitações
  • Condições de baixa prevalência exigem amostras de grande tamanho
  • Os pacientes curados ou falecidos não aparecem na entre os participantes, mostrando um quadro deturpado da doença: é erros da prevalência
  • A relação cronológica entre os eventos pode não ser facilmente detectável (ex: desnutrição X diarreia)
  • Não determina a incidência
  • Interpretação dificultada pela presença de factores de Confusão.
  • Estudos de casos e controle

Estes constituem uma forma relativamente simples de investigar a causa das doenças, particularmente doenças raras. Esse tipo de estudo inclui pessoas com a doença e um grupo controle (grupo de comparação ou referência) composto de pessoas não afectadas pela doença. A ocorrência de uma possível causa é comparada entre casos e controles, os investigadores colectam dados sobre a ocorrência da doença em um determinado momento no tempo e sobre a ocorrência de exposições em algum momento no passado.
Um estudo de casos e controles tem início com a selecção de casos, que deveriam representar todos os casos de uma determinada população. Os casos são seleccionados com base na doença, mas não na exposição e os controles são pessoas sem a doença.
Os estudos de casos e controles também são chamados de retrospectivos, uma vez que o investigador busca no passado uma determinada causa (exposição) para a doença ocorrida. Estes estudos podem ser classificados em estudos retrospectivo, quando os dados fazem referência ao passado, prospectivo quando os dados são continuamente colectados no decorrer do tempo.

Vantagens 
  • Eficiente em doenças raras;
  • Útil para gerar hipóteses sobre novas doenças ou surtos não usuais;
  • Relativamente barato.

Desvantagens
  • Não há como se estimar risco ou incidência directamente;
  • Somente um desfecho pode ser analisado;
  • Grande susceptibilidade a erros:
  • Especialmente erros de selecção;
  • Erros de informação (memória) ou medida retrospectiva das variáveis.
Estudos epidemiológico experimental
Os estudos experimentais têm por objectivo tentar mudar uma variável em um ou mais grupos de pessoas. Isso pode significar a eliminação de um factor de risco relacionado a uma doença, (eliminação do alimento que causa alérgica) ou o teste de um novo tratamento para um grupo seleccionado de pacientes. Os efeitos de uma intervenção são medidos através da comparação do desfecho nos grupos experimental e controle. Uma vez que são determinados estritamente pelo protocolo de estudo, considerações éticas são de extrema importância nesse tipo de estudo.
Por exemplo, nenhum paciente deveria ser negado o tratamento apropriado em função de sua participação em um experimento, e o tratamento a ser testado deve ser aceitável à luz dos conhecimentos actuais. Nesse tipo de estudo, o consentimento informado por parte dos participantes é sempre necessário. Estudos de intervenção incluem os ensaios clínicos randomizados, os ensaios de campo e as intervenções comunitárias.

O ensaio clínico randomizado
É um experimento epidemiológico que tem por objectivo estudar os efeitos de uma intervenção em particular os indivíduos alocados para os grupos intervenção e controle, e os resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos.
Para assegurar que os grupos comparados sejam equivalentes, os participantes são alocados aleatoriamente, ou seja, ao acaso, isso garante a comparabilidade entre os grupos intervenção e controle desde o início da intervenção. Assim, qualquer diferença observadas entre eles serão decorrentes do acaso, não sendo, portanto, afectadas por erros do investigador.

Ensaios de campo
Ensaios de campo envolvem pessoas que estão livres de doença, mas sob risco de desenvolvê-la. Os dados são colectados no campo, usualmente entre pessoas da população geral não institucionalizadas. Uma vez que os participantes estão livres da doença e o propósito é prevenir a ocorrência de doenças mesmo entre aquelas de baixa frequência, os ensaios de campo envolvem um grande número de pessoas, o que os torna caro e logisticamente complicados.
Os ensaios de campo podem ser utilizados para avaliar intervenções que possam reduzir a exposição sem necessariamente medir a ocorrência dos efeitos sobre a saúde. Por exemplo, diferentes métodos para protecção a exposição de pesticida têm sido testados dessa forma.

Ensaios comunitários
Nesse tipo de experimento os grupos de tratamento são comunidades ao invés de indivíduos. Esse delineamento é particularmente apropriado para doenças que tenham suas origens nas condições sociais e que possam ser facilmente influenciadas por intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do indivíduo.

Limitações dos ensaios comunitários
Uma limitação desse tipo de delineamento é que somente um pequeno número de comunidades pode ser incluído e a alocação aleatória das comunidades não é muito prática. Assim, outros métodos são requeridos para assegurar que quaisquer diferenças encontradas ao final do estudo possam ser atribuídas à intervenção e não a diferenças inerentes às comunidades. Além disso, é difícil isolar as comunidades onde a intervenção está sendo conduzida devido a mudanças sociais em curso.

Erros potenciais em estudos epidemiológicos
As investigações epidemiológicas têm por objectivo fornecer medidas precisas da ocorrência das doenças entanto há muitas possibilidades de erro nessas medidas. Os epidemiologistas têm tentado minimizar esses erros e estimar o impacto daqueles que não podem ser eliminados, os erros podem ser aleatórios ou sistemáticos.

Erro aleatório
O erro aleatório ocorre quando o valor medido na amostra do estudo diverge ou (difere), devido ao acaso do verdadeiro valor da população. O erro aleatório decorre de medida imprecisa da associação, as três principais causas de erro aleatório são:
  • Variação biológica individual;
  • Erro de amostragem;
  • Erros de medida
Um erro aleatório nunca pode ser completamente eliminado porque quase sempre o estudo é conduzido em uma pequena amostra da população.
O erro de amostragem decorre geralmente da falta de representatividade da amostra, que não contempla toda a variabilidade da população, a melhor forma de reduzir o erro de amostragem é aumentar o tamanho amostral.
Os erros de medidas podem ser reduzidos através do uso de protocolos rigorosos e da realização de medidas individuais, o mais preciso possível os investigadores necessitam entender os métodos de medida que estão sendo utilizados no estudo e os potenciais erros que estes podem causar.

Conclusão
O estado de saúde da população e o perfil epidemiológico é em grande medida consequência do actual nível de desenvolvimento sócio-económico e é simultaneamente factor condicionante do seu ritmo de crescimento. O quadro epidemiológico de Moçambique é em larga medida de pré-transição, isto é, dominado por doenças transmissíveis, designadamente a malária, HIV/SIDA, diarreia, infecções respiratórias agudas e tuberculose, mas com uma importante ascenção de doenças não transmissíveis (doenças cardiovasculares, lesões, cancros, entre outras), particularmente na zona urbana.

Bibliografia
  • OMS, Situaçao Sanitária e Tendencias - Resumo Analítico
  • SOUNIS, Emílio. Epidemiologia geral 2 v. PR, Editora da Fundação da Universidade do Paraná; SP, Atheneu, 1985, V 1 p.5
  • MACMAHON B.; PUGH, T.F. Princípios y métodos de epidemiologia. México, La Prensa Médica Mexicana, 1975.
  • Rouquayrol MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. BR, Rio de Janeiro: MEDSI, 2003

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