Introdução
A Companhia do Niassa foi formada por alvará régio de 1890, com poderes para administrar as actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa, desde o rio Rovuma ao rio Lúrio e do Oceano Índico ao Lago Niassa, numa extensão de mais de 160 mil km2. Contundo, para manter a sua economia estável, em diversas circunstâncias surgiram os chamados grupos financeiros que tiveram um papel de se destacar nesta época, é concretamente deste papel que visa-se abordar neste trabalho.
Índice
Introdução. 1
O papel dos grupos financeiros em Moçambique. 2
Papel dos grupos financeiros. 3
As formas de exploração desses grupos financeiras. 3
Conclusão. 4
Bibliografia. 5
O papel dos grupos financeiros em Moçambique
Durante 38 anos (de 1891 a 1929), a Companhia do Niassa esteve nas mãos de vários grupos financeiros, O Estado de Portugal concessionou a sua exploração económica e a promoção da ocupação aos seguintes grupos capitalistas: um grupo de capital português; um grupo de capitais franceses e ingleses; o Ibo Syndicate; o Ibo lnvestmentTrust; o Nyassa Consolidated; um consórcio alemão; um grupo de capital inglês.
Mas qual foi o desempenho destas estruturas económico-financeiras na zona de Niassa e Cabo Delgado?
Em 38 anos, a administração da companhia mudou sete vezes de mãos e, consequentemente, de estratégia económica e social. A constante troca/venda das acções da companhia entre os capitalistas ocasionou focos de instabilidade entre os povos dominantes e os dominados. Nunca houve um pensamento estratégico a longo prazo para a zona ocupada pela companhia. A instabilidade governativa existiu desde a da sua criação.
Os grupos financeiros desempenharam o papel de ocupadores à força da terra cedida. Os confrontos com os reinos locais foram severos.
A par de terem ocupado à força as terras do Niassa e Cabo Delgado, os grupos financeiros desestruturam as sociedades locais.
Muitos reinos desapareceram e outros milhares de habitantes fugiram para terras fora da alçada dos invasores.
A acção repressiva dos grupos financeiros levou ao despovoamento do Norte de Moçambique.
Se antes de 1919 cerca de 100 mii pessoas tinham fugido para a Niassalândia, calcula-se que entre 1920 e 1930, como reacção à bruta! Política repressiva da Companhia do Niassa, mais de 300 mil moçambicanos terão emigrado em grupos familiares para o vizinho Tanganica e para a Niassalân dia.
História de Moçambique, vol. I, p. 238
A exportação de mão-de-obra para o Sul protagonizou um abandono do trabalho no campo. Os moçambicanos não tinham tempo nem mão-de-obra para plantar as suas terras, quer para produzir produtos para vender quer para subsistirem. Quando a subsistência das populações foi posta em causa começou a haver fome. A fome foi durante décadas um problema endémico das províncias do Niassa e de Cabo Delgado.
De um modo geral, o desempenho dos grupos financeiros foi fraco, até mesmo medíocre. Nunca houve um pensamento concertado da exploração económica do território, houve bastante emigração para zonas limítrofes, fomes e violência na ocupação dos territórios.
Papel dos grupos financeiros
- Custear as despesas das missões, escolas primárias e de artes e ofícios;
- Receber nos primeiros cinco anos, mil familiares do reino enviados pelo governo, fornecendo lhes alojamento, alfaias e sementes;
- Ansiosa e preocupada em obter lucros, centrou a sua atenção nos diversos sectores de actividades, sobre tudo no incremento da produção camponesa e no trabalho migratório, para além do imposto cobrado aos nativos.
As formas de exploração desses grupos financeiras.
Para melhorar e rentabilizar o seu investimento, a companhia usou as seguintes formas de exploração:
- Cobrança de imposto de palhota (auxiliado pelos chefes locais que recebiam 5% do montante recebido, com frequência cobrado em géneros de exportação borracha, café, goma de cera e marfim). A imposição brutal do imposto levou a emigração de muitos habitantes;
- Exportação de mão-de-obra para África do Sul (até pelo menos 1913), para as minas de cobre do Catanga-Zaire, Mombaça e baixo Zambeze;
- Utilização do trabalho forçado, com frequência não pago, para as machambas dos administradores, capatazes, companhias e transporte de mercadores;
Monopólio de taxas aduaneiras de importação e exportação, do comércio de armas de fogo, do fabrico e venda de bebidas alcoólicas, da exportação de esponjas, corais, pérolas e ambar da costa.
Conclusão
A Companhia cobrava impostos; exportava mão-de-obra compulsivamente, destinada às minas da África do Sul, às minas de cobre de Congo e para algumas Companhias da baixa Zambézia; utilizou trabalho forçado para as quintas dos administradores e dos capatazes da Companhia, muitas vezes gratuitamente e para o transporte de mercadorias; detinha o monopólio das taxas aduaneiras de importação e exportação, comércio, do fabrico e da venda de bebidas alcoólicas, da exportação de esponjas, corais, pérolas e âmbar da costa e ilhas situadas na área da sua influência; exportava produtos das colheitas dos camponeses: borracha, café e pau-preto.
Bibliografia
- UEM, Departamento de História, 1983. História de Moçambique Volume 2: Agressão Imperialista (1886-1930). Cadernos
- HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.
- LAMBERT, Jean-Marie Lambert. História da África Negra, Ed. Kelps, 2001.
- www.escolademoz.blogspot.com
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