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As Independências Americanas e o Colonialismo Efectivo em África

1. Introdução
No âmbito da colonização da américa que teve o seu início por volta de 1492, quando se aproximavam os anos 1600 e 1700 evidenciavam-se na américa treze colonias que foram destaque no processo da descolonização e independência da américa.
Paralelamente, enquanto a américa mostrava os primeiros e fortes indícios para a conquista da sua liberdade para os Africanos a situação da colonização mostrava tendência de piorar, o que veio a se observar nos finais do ano 1884 e princípios de 1885, quando ocorreu em Alemanha, uma conferência que determinou entre vários outros aspectos, a ocupação efectiva do continente africano.
Entretanto, esta abordagem visa de forma clara trazer um estudo referente às independências americanas e o colonialismo efectivo em áfrica.

2. As Independências Americanas e o Colonialismo Efectivo em África
2.1. As Independências Americanas
2.1.1. Antecedentes 
Em 1492, ano da própria descoberta da América, foi estabelecida a primeira colônia permanente na ilha de Hispaniola, por Cristóvão Colombo, o descobridor.
Em poucas décadas muitas outras colônias foram estabelecidas, se espalhando pelas ilhas do Caribe e ainda pela Flórida e pelo Peru. Pouco depois Portugal estabeleceu colônia no Brasil, assim como a Inglaterra colonizou as Honduras Britânicas (atual Belize) e a Jamaica.

2.1.2. O processo de descolonização
As Independências na América ocorreram de maneiras diferenciadas. A influência dos países colonizadores acrescentou características específicas às colônias da Espanha, de Portugal e da Inglaterra. O movimento de independência começou na América no século XVIII. Nesta ocasião, as Treze Colônias, que eram de propriedade da Inglaterra, se manifestaram contra as cobranças cada vez mais intensas feitas por sua metrópole.
A coroa inglesa implementou uma série de impostos que exigia muito dos colonos. Revoltados, estes organizaram manifestações e assumiram posturas radicais, tendo como resultado uma guerra entre colônia e metrópole. A primeira recebeu o apoio da França, histórica rival da Inglaterra, e acabou conquistando sua independência na década de 1770.
Mais tarde, na última década do mesmo século, aconteceu um caso emblemático e raro de independência no continente Americano.
O Haiti vivenciou uma revolta dos escravos contra as classes dominantes. A Revolução Haitiana, que começou em 1789, uniu os negros que viviam no local exercendo trabalho compulsório em combate contra a escravidão e os abusos dos soberanos. O evento acabou se tornando a única independência na América movida por escravos. A consequência foi o descontentamento das metrópoles em relação ao Haiti, passando a boicotar o novo país ou tratá-lo de maneira diferenciada. Até hoje é possível notar os efeitos que o descaso de outros países deixaram e deixam em um país que uniu escravos para acabar com tal forma de exploração no trabalho.
Por outo lado, as colônias espanholas na América receberam a influência de uma série de fatores em seus processos de independência. A Espanha era detentora do maior território colonial no continente americano, suas posses iam do atual México até o extremo sul do continente. Nestas terras se fortificou uma elite local conhecida como criollos, que eram os filhos dos espanhóis nascidos no Novo Mundo. Os criollos desenvolveram suas atividades e seus interesses na América, contestando, várias vezes, atitudes metropolitanas. Internamente, o fortalecimento dos criollos e a insatisfação com as exigências da metrópole influenciaram nos movimentos de emancipação. Os criollos manifestaram-se em favor de maior liberdade política e econômica. Já no cenário internacional, o exemplo da independência dos Estados Unidos, que povoava o imaginário dos separatistas, e a situação política na metrópole, que passava por momentos de grande instabilidade, davam suas contribuições para o processo. O resultado foi uma série de independências no território americano que antes pertencia à Espanha, fragmentando toda a imensa colônia em vários países durante o século XIX. Já o Brasil, colônia de Portugal, não passou por uma guerra contra à metrópole, caso dos Estados Unidos, ou por uma grande fragmentação do território, como aconteceu com a América Espanhola.
No início do século XIX, em 1808, o rei português Dom João VI transferiu toda sua corte para o Brasil em meio a fuga dos exércitos de Napoleão Bonaparte que conquistavam os territórios na Europa. A mudança da corte alterou toda a lógica do Império Português no mundo, que passou a ter o Brasil como centro. No final da década de 1810 apenas que o rei Dom João VI resolveu retornar à Portugal como tentativa de controlar as manifestações dos burgueses de tal localidade que se viam prejudicados em função do distanciamento da coroa. Porém no Brasil ficou o príncipe regente Dom Pedro I, o qual foi convencido pela nova elite local a tornar o Brasil independente e ainda ser o primeiro imperador do mesmo. Dom Pedro I interessou-se pela proposta e declarou a independência brasileira em 1822. No Brasil não houve guerra contra Portugal, mas sim guerras internas para afirmar toda a extensão do território pertencente ao novo imperador.

2.1.3. As Treze (13) Colónias
As 13 colônias inglesas que desencadearam o processo de formação dos Estados Unidos foram instaladas na costa leste da América no Norte no decorrer do século XVII.
Os colonos se fixaram entre o oceano Atlântico e os montes Apalaches.
As treze colônias eram:
Carolina do Norte
Carolina do Sul
Connecticut
Delaware
Geórgia
Ilha de Rodes
Massachussetts
Marilândia
New Hampshire
Nova York
Nova Jérsei
Pensilvânia
Virgínia

Formação
Os territórios foram fundados em épocas diferentes e não tinham vínculos. A colonização ocorreu no decorrer do século XVII, quando a Grã-Bretanha vivia um período de revoluções e disputas políticas e religiosas. Os conflitos abalavam o absolutismo monárquico. Por discordar dos ideais absolutistas, grupos de protestantes calvinistas deixaram a Grã-Bretanha e procuraram a América. A colonização não encontrou entraves porque a coroa espanhola, dona dos territórios, estava em crise e fixou povoamento entre o México e Peru.

2.1.4. As Independências
A Guerra da Independência dos Estados Unidos, também conhecida como Guerra da Revolução Americana ou ainda Revolução Americana de 1776, teve suas raízes na assinatura do Tratado de Paris, que, em 1763, finalizou a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Hampshire, Nova Jersey, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole inglesa, pois, devido aos enormes gastos com a guerra, a metrópole aumentou a exploração sobre essas áreas. Constituiu-se em batalhas desfechadas contra o domínio inglês. Movimento de ampla base popular teve como principal motor a burguesia colonial e levou à proclamação, no dia 4 de julho de 1776, da independência das Treze Colônias - os Estados Unidos, primeiro país dotado de uma constituição política escrita.

Principais causas da Independência das Treze Colônias
Guerra dos Sete Anos, que elevou a crise financeira da Grã Bretanha
Difusão das ideias iluministas da Europa
Imposto do Selo estabelecido pela Grã-Bretanha
Venda do Chá à Companhia das Índias Orientais
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2.2. O Colonialismo Efectivo em África
2.2.1. A Conferencia de Berlim
A convite do Governo imperial alemão, no dia 15 de Novembro de 1884, em Berlim, as nações colonialistas e imperialistas reuniram-se numa conferência que viria a durar até 25 de Fevereiro de 1885. O objectivo geral desta conferência era arbitrar as questões coloniais entre as várias potências: Franca, Alemanha, Áustria e Hungria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Itália, Países Baixos, Portugal, Rússia, Suécia, Noruega e Turquia. Pode acrescentar-se que o objectivo específico era definir a liberdade de comércio nas bacias do Congo e do Níger, bem como as novas ocupações de territórios na costa ocidental de África. Entre estes declarava-se a ocupação efectiva do continente africano.

2.2.2. A 2ª Corrida para África
Destaca-se que um dos factores principais que levou a ocupação efectiva da africa foi e 2ª corrida para áfrica que ocorreu no século XIX. Foi uma época que verificou-se o aumento da produção industrial, resultado do uso crescente de máquinas modernas na indústria. Países como a Inglaterra, primeiro, e depois a França, a Bélgica, a Alemanha, os Estados Unidos da América e o Japão, desenvolveram-se graças à Revolução Industrial e à acumulação de capitais. O aumento da produção permitiu a descida dos custos e o consequente aumento dos lucros. Os industriais que acumulavam esses lucros tinham, por Isso, capital para poder investir. África surgiu como uma boa hipótese de investimento.
Com o desenvolvimento cada vez maior das indústrias, crescia a necessidade de obtenção de matérias-primas. De modo a facilitar uma ininterrupta produção industrial, esses capitalistas começaram a investir em África, onde iam buscar matérias-primas, mas também podiam lá escoar os seus excedentes industriais.
Assim, em plena Revolução Industrial, verificou-se uma corrida a África, às suas riquezas naturais e aos seus mercados. Portugal não tinha tanto capital como as demais potências, mas também foi par a Tagonista nesta corrida. E dirigiu-se logo para as suas colônias, das quais se destacaram Angola e Moçambique.

a) Fronteira sul-ocidental
Em 29 de Julho de 1869 é assinalo um tratado entre Portugal e o Governo do Transvaal em que este reconhece os direitos de Portugal em toda a área em tomo da baia de Lourenço Marques (também chamada Delagoa Bay ou baia do Espírito Santo) até ao paralelo 26030' Sul, estabelecendo os Montes Libombos como fronteira de Moçambique com a Suazilândia e com a parte oriental do Transvaal. 
O reconhecimento desta fronteira apenas foi possível em 24 de Julho de 1875, com a intervenção do presidente da República Francesa, o marechal Mac-Mahon. 

b) Fronteira Norte
Em Dezembro de 1886, Portugal e Alemanha assinam um tratado em que esta reconhece o rio Rovuma como sendo a fronteira norte de Moçambique e também o direito de Portugal exercer a sua influência nos territórios entre Angola e Moçambique. Portugal, em troca, faz algumas concessões no Sul de Angola (actual Namíbia). 
A definição desta fronteira deu origem, mais tarde, a conflitos militares entre Portugal e a Alemanha. Esta, que tinha ocupado o Tanganhica (Tanzânia) e hasteado a sua bandeira em ambas as margens do Rovuma, penetrou em 1894 na margem sul, expulsando a reduzida guarnição portuguesa ali estacionada e substituindo-a por uma alemã. Apesar do protesto português, os Alemães alargaram a sua ocupação até Quionga, área que sé voltaria a Portugal nos finais da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Alemanha não pretendia apenas aumentar a superfície do Tanganhica à custa do «norte» português; pretendia, na verdade, ocupar integralmente a colónia portuguesa.

c) Restantes fronteiras 
Em 1887 é apresentado oficialmente o Mapa Cor-de-Rosa que ligava Moçambique a Angola. Este mapa colidia com os interesses britânicos, representados por Cecil Rhodes, que não sé pretendiam a mesma região, como pretendiam unir o Cabo ao Cairo por uma linha férrea.
Em 11 de Janeiro de 1890, o governo conservador britânico, representado por Lord Salisbury, dá um ultimato a Portugal para se afastar da região em disputa (Chire e Mashonalândia). Se isso não acontecesse, os Britânicos cortariam as relações com Portugal e ocupariam a região pela forca. Enquanto o governo português tentava, desesperadamente, obter apoio internacional no seu diferendo com a Inglaterra, Cecil Rhodes ordenava que uma força da British South Africa Company avançasse em Macequece para a parte de Manica controlada pelos Portugueses. Esta forca aprisiona Paiva de Andrade e faz construir o forte de Salisbury.
A 20 de Agosto de 1890 foi assinado um acordo. Nele, as cedências portuguesas eram randes, porque, além da delimitação das fronteiras, Portugal fazia concessões aos Ingleses para a completa liberdade de comércio, livre navegação nos lagos, rios e portos, isenção de impostos alfandegários nas zonas de livre comércio, isenção de taxas de trânsito, etc., nos territórios portugueses Era a humilhação para Portugal! Em 14 de Novembro de 1890 é assinado um modus vivendi. 
Em 11 de Junho de 1891 é, então, assinado um tratado de fronteiras entre a Inglaterra e Portugal, reconhecendo as actuais fronteiras de Moçambique com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e o Natal. Observa a ordem cronológica dos acontecimentos:

2.2.3. As Resistências Contra a Ocupação Efectiva
A resistência africana deve ser vista a partir do momento da chegada dos europeus a África, no entanto alguns historiadores preferem apontar o século XVIII como o período de início das resistências, quando os africanos resistiram a implantação dos sistemas de monoculturas, a intensificação do tráfico de escravos, entre outros. Neste período, os europeus moldavam as economias africanas de acordo com seus interesses, por isso considera-se que esta é a teoria económica das resistências. Esta teoria defende que os africanos resistiram por razoes económicas, uma vez que os povos africanos não queriam perder o controlo dos seus recursos.
Deste modo a resistência pode ser definida como a reação dos povos africanos contra o processo de ocupação efectiva dos seus territórios, onde a explicação das razoes desta resistência é apresentada de diferentes formas pelos historiadores ao longo dos tempos.

2.2.4. As causas da resistência Africana
As causas da resistência podem ser agrupadas em duas correntes:
Eurocentrista (defensores do colonialismo) - onde defendem que os povos africanos estavam satisfeitos com a dominação colonial, pois esta era a única forma de alcançarem plenamente os benefícios da civilização ocidental europeia, tais como: o fim da escravatura, a educação ocidental, meios de transporte e comunicação modernos, entre outros. A resistência a ocupação era vista pelos eurocentristas como um acto desesperado de um pequeno grupo de africanos, ou sobre o efeito de poderes mágicos, acreditavam que as resistências estavam voltadas ao fracasso;
Africanista (defensores da soberania africana) - historiadores como Walter Rodney e Jacob Ajayi defendem os povos africanos porque aperceberam se de que estavam a perder o direito de se autogovernar e a sua soberania. Esta percepção está visível nas afirmações de alguns líderes africanos tais como: Machemba (chefe yao do norte de Moçambique), Macombe Hanga (chefe do bairro do centro de Moçambique).
Em todo caso é preciso salientar que a resistência africana foi generalizada em todo continente africano tendo sido desencadeada tanto pelos estados tanto pelas sociedades sem estados. Na maioria dos casos foi o exemplo mais significativo de resistência devido a acção de guerrilha com um forte apoio popular, em que o conceito de soberania é redefinido como a luta contra a opressão colonial, neste contexto os povos unem se contra o opressor comum independentemente da etnia, religião, ou unidade política a que pertence. Alguns dos principais líderes africanos como Hendrik Wittboi e Maherero, mostraram em declarações proferidas diante da ameaça europeia, a sua determinação para defender a soberania dos seus povos.

2.2.5. Os Impactos da Ocupação Efectiva da África
A ocupação efectiva para de África pelas potências colónias teve impactos negativos e positivos:
São impactos negativos para a África os seguintes:
Perda das civilizações Africanas (impérios e Reinos);
Perda de valores culturais e identidade Africana;
Perda de alguns cultos religiosos.

São impactos positivos para a África os seguintes:
A monitorização e as novas formas do comércio internacional;
Novas formas de construção;
Troca de experiencias culturas entre povos.

3. Conclusão
Terminada a abordagem, pôde concluir-se de forma resumida que o movimento pela Independência dos Estados Unidos ocorreu na virada da década de 1770 para a 1780 e deflagrou uma guerra cujo fim, em 1783, selou a autonomia das Treze Colônias. A Declaração de Independência foi redigida e assinada em 04 de julho de 1776. Um dos elementos que tiveram grande peso na aceleração da independência foi a Guerra dos Sete Anos (1756 -1763), isto é, a guerra travada na América do Norte entre ingleses e franceses pela posse de terras.
Pôde constatar-se ainda que a ocupação efectiva da áfrica foi muito negativa, na medida que as divisões feitas durante a conferência não respeitaram as relações étnicas, linguística e mesmo familiares dos povos desse continente. Como impacto das decisões tomadas em Berlim, podemos notar também que grande parte das delimitações e fronteiras que observamos hoje foram definidas na Conferência de Berlim.

4. Bibliografia
NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Maputo, Plural Editores, 2013
MAGNOLI, Demetrio, História da Paz, São Paulo: Editora Contexto, 2008. 448p.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Em foco: história, produção e memória do livro didático (Apresentação). São Paulo: Educação e Pesquisa (USP), 2004, p. 471-473.
CHARTIER, Roger. A História Cultural. Entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil / Lisboa: Difel, 1990.
PETTA, Nicolina Luiza de. OJEDA, Eduardo Aparicio Baez. História: uma abordagem integrada: volume único. 1,ed. São Paulo: Moderna, 1999.
BOATNER, Mark Mayo III (1974). Encyclopedia of the American Revolution (2 ed.). New York: Charles Scribners and Sons. 
CAPPON, Lester J. Atlas of Early American History: The Revolutionary Era, 1760–1790 (1976)
KARNAL, Leandro (org.) História dos Estados Unidos: Das origens ao século XXI. São Paulo:Contexto, 2007


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