Introdução
No presente trabalho vamos falar sobre as Inferências mediatas e os seus diversos tipos.
Também vamos abordar sobre o silogismo mais concretamente aquelas que são as espécies de silogismos que recebem a sua forma designação de acordo com o tipo de juízo ou proposição que forma a primeira premissa: categóricos e hipotéticos.
Índice
Silogismo.
Termos. 4
Proposições. 4
Principios do silogismo. 5
Regra das proposições. 6
Classificação dos silogismos. 6
Uma conclusão – “Todos macuas são orgulhosos”.
Silogismo
Segundo “Aristoteles”, silogismo é uma forma de inferência mediata ou raciocinio dedutivo formado por três proposições, sendo as duas primeiras designadas por premissas e a terceira por conclusão.
Duas delas são as especisss de silogismo que recebem a designaão de acordo com o tipo de juizo ou proposição que a primeira premissa: categorico, hipotetico.
Estrutura e matéria do silogismo.
Exemplo:
Todos os moçambicanos são orgulhosos
Termo médio (M)
Termo menor (S)
Ora, todos os macuas são moçambicanos
Portanto, todos os macuas são orgulhosos.
- Todo o silogismo categórico é composto por três proposições ou juizos, sendo duas premissas.
Uma conclusão – “Todos macuas são orgulhosos”.
Neste caso, as premissas e a conclusão são todas proposições universais afirmativas (A), todavia cada uma delas poderia ser um outro tipo (E), (Z) ou ainda (O).
- Nas três proposições, surgem apenas três termos: “orgulhosos”, “macuas”, e “moçambicanos”. O termo que figura nas duas premissas, servindo de intermediário e que não esta presente na conclusão chama-se termo médio(M).
Os restantes termos são o termo maior que figura na primeira premissa. Premissa maior tem maior extensão e o termo menor, que surge na segunda premissa ou na premissa menor e tem menor extensão.
Podemos compreender melhor o simbolismo P e S, tivermos em consideração que em termos de funções, o termo menor (S) é sujeito na conclusão sendo o predicado do mesmo o termo maior.
Estrutura do silogismo
O silogismo regular é formado por três termos e proposições, designadamente:
Termos
- - Termo menor: é o de menor extensão e aparece sempre como sujeito da conclusão.
- - Termo médio: é aquele que consta nas premissas e nunca na conclusão,permitindo assim a ligação do sujeito e o predicado na conclusão.
- - Termo maior: é o de maior extensão e figura no silogismo como predicado da conclusão.
Proposições
- - Premissa menor: é a proposição que possui o termo menor;
- - Premissa maior: é a proposição que contém o termo maior;
- - Conclusão: é a proposição na qual se liga os termos menor e maior ou é o ponto de chegada do raciocinio.
Principios do silogismo
a) Principio da compreensão:
Duas ideias que convêm a uma terceira, convêm entre si. Duas ideias em que uma convêm a terceira e outra não, não convêm entre si.
Exemplo: Se A=B; B=C, então A=C ou se A=B; C=B, então A=C.
b) Principio de extensão: tudo o que se afirma se negado todo (sujeito universal) é afirmado ou negado particularmente.
Exemplo: Se todos os estudantes são simpáticos, então o João Celso sendo estudante, cada um deve ser simpático.
Regras do silogismo
a) Regras dos termos:
1ª Regra: O silogismo deve ter três e só três termos.
viola-se esta regra que se usa termos equivocos:
Exemplo:
Os dois tem 4 patas.
As mesas têm 4 patas.
Então, as mesas são bois.
2ª Regra: O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez universalmente.
Viola-se esta regra:
Exemplo:
Alguns africanos são inteligentes.
Todos os moçambicanos são africanos.
Alguns moçambicanos são inteligentes.
3ª Regra: Nenhum termo deve ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
Viola a regra:
Exemplo:
Todos os angolanos são africanos.
Todos os angolanos são bonitos.
Então, todos os bonitos são africanos.
4ª Regra: O termo médio não pode entrar na conclusão.
Exemplo: Os santos são honrados.
Os santos são homens.
Os homens santos são honrados.
Regra das proposições
1ª Regra: a conclusão segue a premissa fraca.
Os lógicos consideram a negativa e particular fracas em relação a afirmação e universal, respectivamente:
2ª Regra: de duas premissas afirmativas não se tira uma conclusão negativa.
3ª Regra: de duas premissas negativas não se tira nenhuma conlusão.
4ª Regra: de duas premissas particulares não se tira nenhuma conclusão.
Classificação dos silogismos
Há dois tipos principais de silogismo: categórico e hipotético.
Os silogismos categóricos compreendem dois tipos: regulares e irregulares.
Silogismos Categóricos Regulares
São aqueles cuja estrutura apresenta três proposições e três termos.
Silogismos Categóricos Irregulares
Dá-se o nome de silogismo irregulares ou derivados aos silogismos categóricos que apresentam na sua estrutura e matéria mais do que três premissas.
Estas são estruturas argumentativas que embora válidas, não obdecem a uma forma canónica, isto é, a um padrão do silogismo categórico.
Tipos de silogismo categóricos irregulares
· Entimema (Ou silogismo incompleto)
É um silogismo ou argumento, em que uma das premissas ou inclusive as duas não estão expressas por poderem ser subntendidas.
· Epiquerema
É um silogismo em que uma ou as duas premissas apresentam as respectivas demontrações e são acompanhadas pelo termo porque ou outro com o termo justificativo ou demonstrativo.
· Polissilogismos
São os silogismos encadeados, ou seja, agrupados, de tal modo que a conclusão do primeiro seja uma premissa, maior ou menor, do silogismo seguinte. Por isso, os polissilogismos podem ser progressivos (quando a conclusão de um silogismo é premissa maior do silogismo seguinte) ou regressivos (quando a conclusão de um é premissa menor do silogismo seguinte).
Exemplo de um polissilogismo progressivo:
Tudo quando é nutritivo é saudável.
A fruta é nutritiva.
A fruta é saudável.
O citrino é saudável.
A laranja é um citrino.
Portanto, a laranja é saudável.
Exemplo de um polissilogismo regressivo:
Tudo que é nutritivo é saudável.
A toranja é nutritiva.
A toranja é saudável.
As coisas saudáveis são apetitosas.
A toranja é apetitosa.
Tudo o que é apetitoso agrada ao paladar.
A toranja é agradável ao paladar.
Sorites
São espécies de polissilogismos abreviados em que o sujeito da primeira premissa se torna o predicado da segunda e em que o sujeito da segunda se torna o predicado da terceira e assim em diante até a conclusão que une o sujeito da última premissa ao predicado da primeira: sorites progressivo; ou, ainda, em que o predicado da primeira premissa é sujeito da segunda e em que o predicado da segunda é sujeito da terceira até à conclusão que une o sujeito da nprimeira premissa ao predicado da última: sorites regressivo.
Os sorites contém, no mínimo, quatro proposições.
Exemplo de uma sorites progressivo (sorites da malária):
As doenças infecciosas são parasitárias.
As viroses tropicais são doenças infecciosas.
A malária é uma virose tropical.
Portanto, a malária é parasitária.
Exemplo de uma sorites regressivo (sorites da vacina):
As vacinas previnem as doenças.
Quem se previne das doenças tem mais saúde.
Quem tem mais saúde, mais alegre é.
Quem mais alegre é, ganha mais longevidade.
Portanto, as vacinas garantem uma maior longevidade.
Silogismos hipotéticos
Além dos silogismos categóricos, existem outros tipos de silogismos, que recebem a designação de hipotéticos. Contrariamente ao que acontece nos silogismos categóricos, a premissa maior de um silogismo hipotético não afirma nem nega de modo absoluto ou categórico, mas sob uma condição ou estabelecendo alternativas. Os silogismos hipotéticos podem ser tambem designados de silogismos compostos por serem constituidas por duas ou mais proposições simples cujas ligações são feitas por conectores, isto é, partículas de união, tais como “se ... então”, “... e ...”, “... ou ...”.
Os silogismos hipotéticos podem ser classificados em: condicional, disjuntivo, conjutivo e dilema.
Condicional
Exemplo: Se Malombe tem malária, então está doente.
Ora, Malombe tem malária.
Portanto, (ele) está doente.
A primeira premissa do silogismo anterior é constituida por uma proposição condicional, sendo, por isso, equivalente ou composta por duas proposições. A premissa menor, a segunda, simplesmente se limita a repetir e a afirmar uma das proposições (ou partes da mesma), que compõe a premissa maior, neste caso o antecedente, e a conclusão decorre logicamente dessa afirmação.
O silogismo condicional compreende dois modos válidos ou figuras:
· Modus ponens (ou afirmação do antecedente)
Se p, então q; Ora, p; Logo, q. (p q; p; logo, q)
Exemplo: Se Matavele estudar, terá bons resultados. (p q)
Ora, Matavele estudou. (p)
Logo, terá bons resultados. (logo, q)
· Modus tollens (ou negação do condicionado)
Se p, então q; Ora, não q; Logo, não p. (p q; ~q; logo, ~p)
Exemplo: Se tenho malária, então estou doente. (p q)
Ora, não estou doente. (~q)
Portanto, não tenho malária. (~p)
A operacionalidade deste modo do silogismo hipotético condicional obedece a duas regras fundamentais:
1ª: - Num silogismo hipotético condicional, a negação do consequente torna necessária a negação do antecedente.
2ª: - Da negação do antecedente nada se pode concluir.
Sempre que não respeitamos as regras acima, caímos nas formas falaciosas de silogismo, que são, consequentemente, formas inválidas.
Silogismo hipotético disjuntivo
Diferentemente do hipotético condicional, o silogismo disjuntivo é aquele em que na premissa maior se estabelece uma alternativa entre dois termos, de tal modo que a afirmação (ou a negação) – isto na premissa menor – de um dos termos exclua a afirmação (ou a negação) do outro.
Este silogismo assume duas formas ou modos válidos:
· Modus ponendo-tollens (ao afirmar, nega)
Exemplo: Ou Kharina é cobarde ou é humilde.
Ora, Kharina é humilde.
Portanto, (ela) não é cobarde.
Aqui, a afirmação da humildade de Kharina exclui necessariamente a sua cobardia.
· Modus tollendo-ponens (negando, afirma)
Exemplo: Ou Kharina é cobarde ou é humilde.
Ora, Kharina não é cobarde.
Portanto, (ela) é humilde.
Nesta situação, a disjunção é tal que a negação de um dos termos (a cobardia da Kharina) leva-nos, consequentemente, à afirmação do outro termo (a sua humildade).
Silogismo hipotético conjuntivo
Chama-se silogismo hipotético conjuntivo ao silogismo cuja premissa maior não admite que dois termos opostos prediquem simultaneamente um mesmo sujeito.
Este silogismo assume duas formas ou modos válidos:
· Modus ponendo-tollens (afirmando, nega)
Exemplo: Oliver Muthukuza não pode ser, simultaneamente, músico moçambicano e zimbabweano.
Como Oliver Muthukuza é músico zimbabweano; logo, (ele) não é músico moçambicano.
· Modus tollendo-ponens (negando, afirma)
Exemplo: Khatija não pode ser baixa e alta ao mesmo tempo.
Ora, Khatija não é alta.
Logo, (ela) é baixa.
Dilema
É um raciocinio hipotético e disjuntivo que, em termos estruturais, é formado por uma proposição disjuntiva e por duas proposições condicionais, e qualquer que seja a opção escolhida, a consequência é sempre a mesma. É a famosa faca de dois gumes.
Exemplo de um dilema (dilema de quem não tem o que comer):
Ou como o que está na mesa ou deixo de comer.
Se como o que está na mesa é porque não tenho alternativa melhor e, por isso, tenho de comer.
Se não como, ficarei desnutrido e poderei morrer à fome, por isso tenho de comer o que está na mesa.
Logo, de qualquer das formas, tenho de comer.
Regras do dilema:
1. A disjunção deve ser completa, para que o adversário não tenha outra saída.
2. A refutação de cada uma das hipóteses deve ser feita validamente para que o opositor não possa negar as consequências.
3. A conclusão deve ser a única que pode ser deduzida, caso contrário o dilema pode ser contestável.
Conclusão
Do presente trabalho pode-se concluir que existem três tipos de inferências imediatas: a analogia, a indução e a dedução. E que o silogismo consiste numa das formas do raciocínio por dedução e é constituido por três proposições. No silogismo existem quatro figuras que resultam das funções que o termo médio desempenha nas premissas. Em todo o silogismo categórico, as premissas afirmam ou negam de forma absoluta, isto é, sem reservas, e este pode ser regular ou irregular. Ao contrário dos silogismos categóricos, que afirmam ou negam de forma absoluta, os hipotéticos afirmam ou negam sob condição ou alternativa.
Referências Blibliograficas
GEQUE, Eduardo; BIRIATE, Manuel; Pré-Universitário – Filosofia 12ª, Maputo, Longman Moçambique, 2010
ARANHA, Maria, L.A.; MARTINS, Maria, H. P., Filosoficando, Introtução à Filosofia, São Paulo, Editora Moderna, 1991
