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O Sultanato de Angoche - Os Estados afro-islâmicos da Costa

Os Estados afro-islâmicos da Costa
A partir do século XII, começaram a aparecer os povoamentos comerciais islâmicos na costa oriental africana, com destaque para quatro importantes:
  • Angoche
  • Sancul, na baía Mokambo, mesmo a sul da Ilha de Moçambique, entre Lumbo e Mongincual;
  • Sangaje, no rio Metomode;
  • Quitangonha, que Ocupava toda área da península de Matibane e o Norte da Ilha de Moçambique.
Com a presença Portuguesa na baía de Sofala iniciou-se uma nova era que se caracterizou pelo permanente Confronto entre estes estados e os portugueses. A relação entre estes dois povos não foi linear nem idêntica em todos os Xeicados e sultanatos. Aparentemente, os Xeicados e sultanatos da costa estavam subordinados à administração portuguesa, mas, na prática, a situação não era essa. A subordinação existia e parecia ser do foro comercial quando as autoridades portuguesas não se envolviam em questões de soberania dos mesmos.

Xeicado
É um sistema de governo dirigido por um xeque, chefe de tribo árabe.

Sultanato
Sistema de governo dirigido por um sultão, título dado a certos príncipes maometanos, senhores poderosos e despóticos.

O sultanato de Angoche
Formação

Quelimane e a Ilha de Moçambique foram fundados, segundo a tradição xiraz”, pelos refugiados de Quíloa, muito antes da chegada dos portugueses.
Os seus chefes expedicionários, conhecidos por Mussa e Hassani, fixaram-se, respectivamente, na Ilha de Moçambique e em Quelimane. Mussa reconheceu mais tarde que Angoche reunia melhores condições e instalou lá o herdeiro de Hassani (que entre tanto morrera), dando origem ao sultanato de Angoche. Xosa foi então o primeiro sultão de Angoche.



Base económica
Este Estado teve muita importância nas relações comerciais com o Império dos Mwenemutapa no século XVI. Mas, em 1511, os por tugueses atacaram Angoche, incendiando a povoação, o que causou o declínio nas trocas comerciais entre Sofala e os Mutapa.
Nos anos que se seguiram, os portugueses tentaram sem sucesso bloquear as rotas comerciais do interior. A partir de Angoche, os afro-islâmicos Continuaram a comerciar com Melinde, Mombaça, Quíloa e outras regiões, sempre fugindo ao controlo e ao patrulhamento naval imposto pelos portugueses.
No século XIX, com o incremento do tráfico de escravos, o sultanato viveu momentos de grande prospericlacte. Em maados do século, o sultanato de Angoche havia-se tornado num grande centro de exportação de escravos, cujo destino dos mesmos era não só Zanzibar, Comores e a Ilha de Moçambique, mas também os merca dos europeus e americanos.


Estrutura social e aparato ideológico
A linhagem dominante foi a de Inhanandare, filho de Xosa. Os seus filhos deram origem às linhagens que compuseram o clã matrilinear de Mwana Moapeta. Nas 3 primeiras gerações, seguiu-se a sucessão patrilinear. Só quando o 4.° sultão não teve descendentes varões, assumiu o cargo uma mulher, a sua irmã casada com lnhamilala. Sabe-se, contudo, que a sua administração tinha vários cargos e a complexidade ligada sobretudo ao comércio de marfim e escravos assim o exigia.
A fé islâmica era dominante neste sultanato e conferia ao sultão propriedades teológicas importantes.

Decadência
Este Estado, para além de conflitos com os portugueses, também entrou em conflito com alguns chefes de Estados Militares do Zambeze. Q afro-português João Bonifácio Alves da Silva, devido às ambições imperiais que passavam pelo controlo do comércio negreiro e do Estado de Angoche, envolveu-se em grandes disputas com o sultão de Angoche.
Os Portugueses só conseguiram dominar totalmente Angoche e outros estados da região em 1910, no período de ocupação portuguesa.

Face à política portuguesa de “ocupação efectiva’ iniciada por Mouzinho de Albuquerque [naquilo que foi conhecido como “campanhas de pacificação “], a qual punha em causa as actividades esclavagistas com base em Angoche, organizou-se uma coligação de escravocratas que atacou os portugueses em Outubro de 1896.
História de Moçambique, vol. I, p. 117 - Uma das causas da decadência de Angoche.




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