Os novos domínios da
lógica e suas implicações
Pela
necessidade de articular a filosofia com a experiencia real dos leitores, vamos
neste capítulo mostrar que a lógica não é uma disciplina meramente teórica ou
formal. Ela conhece hoje um campo prático de aplicação que inclui novas
ciências e tecnologias como a cibernética, informática e a inteligência
artificial.
A
analogia estabelecida entre o comportamento humano e o comportamento das máquinas
é antigo. Ao longo da história, encontramos, algumas tentativas de transportar
para as máquinas o automatismo do comportamento humano.
Cibernética
A
palavra “Cibernética” tem a sua origem no grego kibernetits. Platão usou o
termo e com ele pretendia designar “a arte de pilotar navios”. E nesta raiz
grega que se filia a palavra latina gubernare que origina o termo “governo”.
Tal como o piloto dirige o navio, assim o governo é o timoneiro que dirige o
estado.
A
teoria a cibernética remota a 1948 e deve a sua origem ao matemático
norte-americano Norbert wiener (1895-1964). Podemos defini-la genericamente
como a ciência da comunicação e do controlo de homens e máquinas. E no seio deste
movimento de ideias que vimos surgir o primeiro computador da nossa era e será
igualmente fruto do seu trabalho que se desenvolve o posterior robotizar.
Informática
O
termo informático foi criado em 1962 por Phelipper Dreyfus. Contudo foi
introduzido oficialmente na academia Francesa de ciência em 196. A informática
foi então definida como “ciência do tratamento racional, nomeadamente por
mecanismos automáticos, da informação considerada como suportados conhecimentos
e das comunicações nos domínios técnicos, económico e social”.
Apesar
do termo ter surgido nesta altura, os estudiosos destas temáticas dizem-nos que
a informática começou a ser um domínio autónomo por volta dos anos 50. São,
entre outros, marcos importantes dessa autonomia são os seguintes:
» Congresso de paris de
1951;
» o primeiro computador baseado na tecnologia dos transístores (Bll-1955);
» a linguagem de alto nível (Basic-1954, fortran-1957, cobol-1960).
Entre 1945 e meados dos
anos 60 surge a primeira informática. Dá-se o aparecimento dos primeiros computadores
propriamente ditos. O ENIAC é o primeiro exemplar. É o período da definição dos
princípios básicos, da definição do corpo teórico e técnico. Nos anos 60 ate
finais dos anos 70 surgi a segunda informática, desenvolvem-se os computadores baseados
na técnica dos transístores e os computadores pessoais.
Nos anos 80, surge a
terceira informática, com o aperfeiçoamento dos computadores pessoais, das
redes, da microinformática. É o que poderíamos chamar de banalização dos
computadores pessoais e transformação da sociedade da informática numa cultura
de comunicação, fruto que colhemos actualmente.
Inteligência artificial
A
inteligência artificial é um domínio relevantemente recente. Encontramos as
suas raízes no grande desenvolvimento do computador dos anos 50. Porque estas
ofereciam enormes possibilidades de processamento das máquinas em altas velocidades.
Podemos dizer que a inteligência artificial se inspira na inteligência natura
própria dos homens.
Para
melhor compreensão da relação entre inteligência natural e artificial é preciso
delimitar o conceito de inteligência.
Assim
quando dizemos que os seres humanos são inteligentes, queremos dizer que são
seres com habilidades para adquirir, compreender e aplicarem certos
conhecimentos, bem como capacidades para exercitarem o seu pensamento e raciocínio.
Sabemos ainda que a inteligência é mais do que isso. A inteligência engloba
todo o conhecimento consciente ou inconsciente, que temos adquirido a longo das
nossas vida, fruto do estudo, ou em resultado das experiencia que resultam das
muitas situações mais ou menos problemáticas que temos enfrentado.
Será
que os seres humanos são capazes de construir um sistema de inteligência
artificial que demonstrem tais características?
As dimensões do
discurso humano
Defender
que o discurso humano é pluridimensional é aceitar que existem diversas
dimensões que o constituem. Como se pode concluir, uns podem ser considerados
mais importantes que os outros, como é o caso das dimensões sistemática, semântica
e pragmática, o que daremos maior desenvolvimento.
Existem,
no entanto outras dimensões que não podem ser ignoradas e que abordaremos
primeiramente. A importância desses discursos aparece-nos facilmente, assim
será fácil de estabelecer entre elas as respectivas relações e aplicações. Dentre
elas podemos destacar as seguintes dimensões:
» Linguística, textual, lógico-racional, subjectiva, comunicacional,
argumentativa, representativa, comunitária, institucional e ética.
Dimensão sintáctica,
semântica e pragmática
Dada
a importância destas três dimensões por razoes metodológicas, deram grande
desenvolvimento a cada uma. Iremos concluir que não perante dimensões
auto-suficiente e independente, mas sim perante dimensões indissociáveis.
A
importância destas dimensões foi particularmente destacada pelo filósofo
contemporâneo Charles Morris (nascido em 1901 nos EUA). Este autor procurou
estabelecer uma teoria geral dos sinais, da semântica, segundo ele, são três
níveis de análise dos processos de comunicação: Sintáctica, semântica e
pragmática.
Dimensão Sintáctica
Etimologicamente Sintaxe
deriva do grego Sun+táxis (co-ordem). Tradicionalmente, define-se a sintaxe
como a parte da gramática que trata das regras combinatórias entre os diversos elementos
das frases.
Usando uma definição
mais elaborada, podemos dizer que “é o conjunto dos meios que nos permitem
organizar os enunciados, afectar a cada palavra uma função e marcar as relações
que se estabelecem entre as palavras.
Dimensão semântica
O
termo semântico tem a sua raiz no grego, Sematike, que significa a arte
significação ou arte (ciência) do significado.
Michel
Brial define a semântica como ciência que se dedica ao estudo da significação.
Para Michel Mayer, a semântica trata da relação dos signos com o seu significado,
e logo com o mundo.
Portanto
a semântica trata da relação dos signos (as palavras ou frases) com os seus
significados (significação) destes com as realidades e que4 dizem respeito
(referencia).
No
que se refere ao domínio da semântica linguística podemos considerar:
a)
Uma
semântica lexical – que estuda as regras de organização da
significação das palavras entre-se (as relações de sinonímia, autonomia, os
campos léxicos, a evolução das palavras.
b)
Uma
semântica da frase – que estuda essencialmente omodo como as
palavras se combina para que a frase tenha sentido (uma palavra pode ter vários
significados ou sentidos, que só descodificamos se considerarmos o contexto).
c)
Uma
semântica de discurso (frase com enunciador) –
que constitui e dá coerência a um texto. (perante um texto que não tenha um
sentido usurário, que não respeita as regras de articulação, dificilmente
alguém conseguira captar o seu sentido global)
Dimensão pragmática
A
palavra pragmática tem a sua raiz no grego, pragmatike (de pragma, acção).
Entre
os repercurssores da pragmática encontramos o filosofo e critico literário Alemão
Van Humbolt (1767-1835) que afirma que a essência da linguagem era a acção.
Pode-se
considerar como fundador da disciplina Charles Morris, que exigiu a pragmática
como complemento da sintexe e da semântica. A pragmática é o estudo do uso das proposições.
Uma
analise pragmática de um texto, escrito e falado, procura ver de que modo o
texto está estruturado e quais as suas funções especificas.
Quando
um sujeito falante diz algo, podemos distinguir facilmente:
»
O que diz (acto locutório)
»
Do que faz, dizendo (acto ilocutório)
»
E dos efeitos resultados da acção do dizer (acto perlocutario).
Estas
três dimensões, do discurso (sintáctica, semântica e pragmática) não podem ser
isoladas, são indissociáveis. Vamos ver algumas razoes justificativas desta
indissociabilidade.
-
A sintaxe preocupa-se, essencialmente, com o que se poderia chamar a forma
gramatical da linguagem.
-
A semântica coloca o problema do significado das palavras e frases que
constituem os nossos enunciados discursáveis e remete para a relação que a
linguagem estabelece com o mundo com os objectos, colocando assim o problema de
referência.
-
A pragmática preocupa-se com o uso que fazem da linguagem num dado contexto.
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O artigo que li me foi muito útil...
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