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A Pessoa como Ser de Relação - Relação Consigo Próprio e com Outros

A RELAÇÃO CONSIGO PRÓPRIO

Quando falamos da relação da pessoa consigo própria, estamos a pensar na questão moral do ser humano, na forma como indivíduo olha para si e se vê enquanto pessoa, e nesses objectivos, a forma como julga as suas acções e finalidade da vida. Em suma, ao olhar para dentro e analisar-se, o ser humano descobre-se Pessoa, pois este só existe enquanto ser social que estabelece relações com os outros e com o mundo natural e humano que o cerca.

Na sua relação consigo próprio, a consciência é a base do indivíduo moral. Como já vimos, é a consciência que tem a função de orientar, ordenar, avaliar e criticar todos os actos humanos, ou melhor, fazer com que as acções de cada ser humano sejam acções morais e que as suas decisões tenham sempre uma base ética. A consciência moral, sempre ligada a razão, é a capacidade que permite ao ser humano conhecer-se a si próprio.
Agir de acordo a razão e consciência representa, em resumo, agir eticamente, ou seja, em liberdade e optar por princípios que sejam universais, isto é, princípios que sejam bons para todos os seres humanos e que regulem a vida social colocando o bem comum como objectivos. Esses princípios podem ser optar pelo bem-estar de todos, em vez do bem-estar individual, praticar o altruísmo em vez do egoísmo, a paz em vez da guerra, ser compreensivo ajudar os outros em vez de ser hostil, solidário em vez de ser competitivo, entre outros.
Pela sua capacidade racional e ética, a Pessoa na sua relação consigo mesmo é chamada a cultivar bons e nobres sentimentos (amor, amizade, solidariedade justiça, altruísmo); a respeitar-se como homem ou mulher, reconhecendo a sua dignidade; a desenvolver bons hábitos em conformidade com as normas morais vigentes na sua sociedade, evitando a ganância, a inveja, o rancor e o ciúme.

A RELAÇÃO COM O OUTRO
A relação da Pessoa com o outro pode ser entendida em dois âmbitos opostos. Por um lado, o outro pode ser visto como um tu-como-eu, pois ele é um eu, mas que não sou eu. O outro é sempre definido em função do eu e o eu só se reconhece como tal e encontra plena complementaridade face um outro eu: eu sou eu na minha relação com o outro. Nele eu me reconheço e me projectos com uma pessoa. É na pessoa do outro que se situa a minha dignidade. Por isso, o que diz respeito ao eu deve reconhecer-se na pessoa do outro, no que se refere á dignidade e ao valor absoluto de ser pessoa. O outro como um tu-como-eu deve constituir objecto único e a minha razão de ser pessoa. Ele é um valor absoluto. Por isso, na nossa relação, o outro merece e deve ser aceite tal como ele é (como pessoa), colaborando com ele para o seu contínuo aperfeiçoamento humano, como um sujeito diferente e com singularidade própria, interioridade profunda que se revela a seu modo e infinitamente aberto.
Por outro lado, o outro pode ser visto sob contrato. Aqui, a relação com o outro é estabelecida.

A relação com o trabalho
O trabalho pode ser definido como: “toda a actividade, seja ela material ou espiritual, com visto a um resultado util”. Trata-se de uma actividade que visa a transformação de algo, mediante o uso do corpo e de instrumentos e de internas (temperamento, carácter, intelecto, comportamento), inerentes ao próprio sujeito; e por outro lado, encontramos, as condições físicas, técnicas, económicas e sociais, que são natureza externa em relação ao sujeito que trabalha.
Para que uma actividade possa ser considerada trabalho, e necessário que seja (como se pode ler em Battista Mondim, Antropologia filosófica. “O Homem que ele é”):
  • Uma accão transitória, em que é através dela chegar – se a um resultado concreto;
  • Uma accão que requeria o uso do corpo para transmitir energia, distinguido – se da actividade mirante reflexiva;
  • Uma acção que implica esforço e perseverança.
Assim, na sua relação com o trabalho, o homem é chamado não apenas a transformar o mundo em mundo para si, mas, fundamentalmente, a humaniza-lo. Por outras palavras, o Homem, na sua qualidade de pessoa, é chamado a tornar o mundo cada vez mais habitável, hospitaleiro e confortável, aqui encontramos o valor cósmico do trabalho, o Homem rejeita viver num mundo organizado pelo natural e transforma – o submetendo seu controlo. 

Relação com a Natureza
Nos primórdios da humanidade, na pré-história (aproximadamente 4000 a.C.) período que antecede a invenção da escrita, há, portanto, uma falta de registros de como se inter-relacionavam ser humano e natureza. Possivelmente estas relações eram baseadas no princípio de que homem e natureza eram um todo, sem a separação de um e outro, consequentemente não se observavam relações de domínio ou posse da natureza pelo ser humano.
Com o passar do tempo o ser humano passou a dominar técnicas que o possibilitaram o manejo da natureza como a fabricação de utensílios para a caça, pesca, colecta e manufatura de materiais. Estas técnicas mesmo que rudimentares já demonstrava uma certa independência do ser humano em relação à natureza, no entanto, foi somente com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais, que ele conseguiu diminuir sua dependência em relação à natureza, tornando-se não mais nômade, e fixando-se em habitações. Assim as relações ser humano x natureza mudaram de uma perspetiva de ‘’uma coisa só” para uma relação de domínio desta por aquele.
Na idade média, esta relação, mais uma vez sofre uma mudança com a inserção de um elemento “sobrenatural” ou “divino”. Para mediar as relações entre ser humano e divino surgem as religiões, que determinam como serão estas relações estabelecendo regras que devem ser cumpridas (dogmas). Na mesma época há o surgimento também do Estado que passa a controlar as relações entre os seres humanos, ou seja, agora existem pessoas que cuidam de como o ser humano se relaciona com o sobrenatural (clero) e como este se relaciona com as pessoas (Estado). Neste contexto, a relação ser humano x natureza sofre uma mudança intensa, pois, a humanidade privilegiada por suas habilidades e origem divina passa a exerce sobre esta a natureza um domínio oficializado pela igreja e por “Deus”.

Conclusão
Durante a elaboração do trabalho concluirmos que: A partir do Renascimento (séc. XVI) e com a difusão de idéias antropocêntricas e racionais, a relação ser humano x natureza sofre também uma mudança bem significativa, pelo fato do ser humano passar a ser o centro, um ser privilegiado por suas habilidades racionais e por isso apto a explorar e se apropriar da natureza (não mais como direito divino), mas utilizando a racionalidade que o diferencia e destaca dos demais animais.

Quando falamos da relação da pessoa consigo própria, estamos a pensar na questão moral do ser humano, na forma como indivíduo olha para si e se vê enquanto pessoa, e nesses objectivos, a forma como julga as suas ações e finalidade da vida. Em suma, ao olhar para dentro e analisar-se, o ser humano descobre-se Pessoa, pois este só existe enquanto ser social que estabelece relações com os outros e com o mundo natural e humano que o cerca.


Bibliografia
  • Manual de Filosofia longman editora;
  • www.escolademoz.blogspot.com

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TEMA: 

A Pessoa como Ser de Relação - Relação Consigo Próprio e com Outros

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